Essa desorientação sobrevivencialista tanto em um bote salva-vidas, como em uma ilha deserta, é a antítese da civilização. Há um retorno ao estado de natureza, o viajante ou o artista, fundem-se ao mar ou a obra. Desejo, impulso, amor e criação. A relação ativa entre determinismo cósmico e liberdade humana. Arte é vida e vice-versa.
Entre a desilusão da invisibilidade e a expectativa de ser encontrado, surge um diálogo entre esperança e perdição. Portanto o que sobra além da deriva do devir, é uma linha de fuga em direção a um encontro consigo mesmo, um lugar de expressão total, onde a derrota e a coragem formam a síntese do naufrágio, transformando muitas vezes o arruinado em herói.