Research Catalogue

Este projeto nasceu de um desconforto antigo, mas só encontrou forma quando o corpo — finalmente — começou a falar. Um corpo que, por anos, foi moldado pela obediência, pela culpa, pela contenção. Um corpo que serviu mais para agradar do que para existir. O Corpo que Nunca Foi não é apenas uma instalação visual. É uma travessia. Cada moldura carrega fragmentos de uma história interrompida, silenciada, violentada — mas que, ao ser contada, transforma-se em matéria de resistência. As peças não são ilustrações da dor. São gestos de enfrentamento. São corpos simbólicos criados a partir de camadas de memória, de experiências vividas, de feridas abertas e cicatrizes malformadas. Há nelas vestígios de abandono, de fuga, de abuso, de ausência de proteção. Mas há também outra coisa: o impulso de continuar. O espaço onde as obras habitam — um ambiente branco, forrado como uma câmara asséptica — não é um lugar de pureza. É o contrário: é o lugar onde tudo o que foi considerado “sujo”, “impróprio”, “mentira” ganha finalmente forma e voz. Neste quarto simbólico, o que antes era invisível torna-se presença. O projeto parte de histórias profundamente pessoais, mas oferece um espelho onde outras mulheres possam reconhecer as suas próprias trajetórias — sem medo, sem vergonha, sem a culpa herdada de séculos de silêncio. Aqui, a arte não quer consolar. Quer escancarar o que foi escondido, nomear o que foi abafado, e abrir espaço para outras existências possíveis. Mais do que um processo de cura, este projeto é um rito de insurgência contra os mecanismos que perpetuam a dor como destino. Aqui, a matéria ferida se ergue como discurso.

Desenvolvimento de investigação artística em teleperformance entre os anos de 1999 e 2001, quando não existia uma taxinomia adequada. As teleperformances do Perforum Desterro partiram da pesquisa da linguagem intermídia da telecomunicação síncrona. As teleperformances foram a prática artística e, paralelamente, subsidiaram o levantamento teórico sobre telepresença realizado como parte de meu doutoramento no Programa de Pós-graduação de Comunicação e Semiótica da PUCSP (COS). O Perforum nasceu em São Paulo das ideias de Artur Matuck acerca dos “Colaboratórios de Mídia e Performance” a serem criados em diferentes cidades. No segundo semestre de 1998 cursei a disciplina Escrituras Eletrônicas, ministrada por Artur Matuck na pós-graduação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, ECA/USP. Entre minhas idas a São Paulo, passei a fazer parte do grupo de pesquisa da disciplina, antes mesmo de ingressar oficialmente como doutoranda em um Programa de Pós Graduação. Parte dos integrantes atuaram no início do projeto Perforum. Paula Perissinoto e Ricardo Barreto, fundadores no ano de 2000 do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, FILE, Tereza Labarrère, Otávio Donasci, o artista criador das videocriaturas, Edson Luiz de Oliveira, Cesar Barros, Suzana Moraes. Outros, como Daniel Seda, aderiram ao grupo mais tarde. O Perforum no ano de 1999 se bifurcou em Perforum Desterro, coordenado por Yara Guasque pela Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, e Perforum São Paulo coordenado por Artur Matuck pela USP. Os dois grupos desenvolviam colaborativamente scripts como proposição de interação e performance a distância.

Art activism is powerful. Also known as activist art, protest art, visual activism, artivism and creative activism, it changes lives, situations and is and has been a powerful weapon across a whole spectrum of struggles for justice. Teresa Sanz & Beatriz Rodriguez-Labajos(2021) relay that art activism has the unique ability to bring cohesion and diverse peoples together and it can, as Zeynep Tufekci notes, change the participants (2017). As Steve Duncombe & Steve Lambert (2021) posit, traditional protesting such as marches or squats are no longer as important as they once were. As a result of my own lived experience in activist activities, I very much agree with Andrew Boyd & Dave Oswald Mitchell (2012) that the reason people use art activism is that it works, by enriching and improving protest. In the past, when I lived in a metropolis and was not a parent, I used to be an activist. Now I no longer have immediate access to international headquarters at which to protest and I have to be concerned with being arrested, I am hindered from protesting. This project is an attempt to increase inclusion and widen access to art activism. By devising methods which include at least one of the following: that do not require on-site participation, that can take place outside the public gaze, that reduce the risk of arrest, that open up protest sites that are not “big targets”, that include remote locations, that involve irregular timing, my thesis aims to increase inclusion and widen access to art activism to those who are underserved by more mainstream methods of conducting art activism. Textiles have unique properties that enable them to engage in subterfuge and speak loudly through care and thought(Bryan-Wilson, 2017). They have strong connotations of domesticity, the body and comfort that can be subverted within art activism to reference lack of this domestic warmth and protection(O’Neill, 2022). Being a slow form of art-making, they show care and thought, attention in the making, so that the messaging is reinforced through this intentionality in slow making.

This paper introduces the method of intuition as it is presented by French philosopher Henri Bergson in the book An Introduction to Metaphysics (Bergson 1912). Its usefulness as a tool to observe relevant information in artistic practice in sound is further discussed in relation to a series of works by the author. Exploring this complex field the author makes a preliminary conclusion that sound is not a thing, and it is not limited to what we listen to. It is a system of interrelated threads, the meaning of which is much larger than the actual sound itself.

The pursuit of perfection and the pressure to continually progress often overshadow the intrinsic joy and freedom that initially drew musicians to their profession. After a negative experience within my studies, I wanted to rediscover the essence of music-making through the lens of a specific tool: free improvisation. The research is driven by an autoethnographic approach where I focus on a specific angle within the broader topic of free improvisation: exploring how incorporating this tool affects the different parts of flute playing by putting the focus on how it can make us connect with our instrument, be more aware of our playing, of our body and to expand our creativity and imagination. Adopting a qualitative methodology, this research includes an exhaustive literature review, a journal on my reflections in collaborative sessions with a professional on the field and a data analysis of the survey answers by both professionals and students connected with this tool. Through immersive sessions conducted by Anne La Berge, I was guided across the possibilities of this tool. These are captured in a field journal where I reflect on topics as body awareness, skill development, creativity and motivational shifts triggered by the improvisational process in my own experience. Additionally, the insights collected from the questionnaires bring different points of view in the matter, offering diverse experiences and valuable perspectives. In summary, this study highlights the potential of free improvisation as a tool for reconnection, self-discovery and artistic growth as a flute player.

Psychoanalysis was meant to be a revolution in the centuries after B. de Spinoza’s work. What is interesting in his view for the psychoanalytic theory is how the human experience of the unusual feeling and joy could be approached. The irruption of these feelings is closely connected to symptomatics in psychoanalysis. Symptomatics of the unusual in language and discursive representation in the analytic experience of, say, Sigmund Freud’s couch was a mode of materialization of the feeling. Imagined from the outside world, the characteristic of repression is always an effect of finding an expression.