PINCEL
FERRAMENTA
SUPERFÍCIE
TINTA
MANCHA
MOVIMENTO
CORPO COMO SUPERFÍCIE
PAREDE COMO SUPERFÍCIE
AZULEJO
AÇÃO CORPO
AZUL VIDRADO
BOCA COMO MECANISMO
MEMÓRIA DESCRITIVA____
Este exercício pretende refletir sobre o desenho como proto-performance. O desenho assume uma posição de convite a uma ordem, um pedido ou uma instrução. Questiona quando o desenho é um enunciado, uma ação a ser executada, ou caso seja uma instrução como processos artisticos e colaborativos. Questiona também a quem pertence a obra, a ideia, de quem fez a instrução e que precede a um idealização pre-concebida, ou a quem a lê e recorre às suas ideias, ao seu historial artístico, e coloca em pratica, quer seja identico ou completamente distante do desejado pela pessoa que transfere o enunciado.
O texto de Mike Sperlinger, intitulado "The Gesture and the Sign", explora a relação entre o gesto e os sinais/imagens que são apreendidas no contexto da arte contemporânea, analisando a forma como os artistas utilizam gestos e ações para criar significados e comunicar ideias. Examina a forma como os artistas incorporam gestos nas suas obras, seja através de performances, vídeos ou outras formas de expressão, para transmitir conceitos e provocar reflexões no público.
O autor também discute a importância do contexto na interpretação dos gestos, salientando que um mesmo gesto pode adquirir diferentes significados dependendo do ambiente cultural, social e histórico em que está inserido. Além disso, Sperlinger aborda a questão da repetição e da duração dos gestos, explorando a forma como essas características podem influenciar a perceção e a compreensão das obras de arte, apresentando diversos exemplos de artistas que utilizam gestos nas suas práticas, como Bruce Nauman, Vito Acconci e Marina Abramović, analisando a forma como esses gestos se relacionam com questões de identidade, corporalidade e comunicação.
O ensaio de Mike Sperlinger oferece uma perspetiva instigante sobre a relação entre gesto e signo na arte contemporânea, contribuindo para a compreensão de como os artistas utilizam ações e movimentos para criar significados e envolver o público em reflexões sobre a condição humana e a experiência artística.
Sobre o exercício realizado:
Este trabalho investiga a intersecção entre a expressão corporal e a criação artística, a partir da simples instrução de pegar num pincel e fazer uma mancha.
A abordagem inicial envolve a utilização do corpo como o agente que executa a ação, através do gesto de pegar o pincel pela boca. A partir daí, o movimento do corpo é transferido para a superfície do azulejo, onde a pincelada se transforma em uma mancha de tinta cerâmica.
O azulejo torna-se então o palco para uma narrativa visual em constante transformação, onde o corpo e o pincel se fundem em uma expressão de movimento.
Nesta segunda fase, explora-se o corpo como o suporte físico. O corpo emerge como uma tela viva, uma parede em branco, ou mesmo um azulejo, convidando à aplicação de tinta cerâmica diretamente no rosto. A utilização do rosto como superfície de pintura é desafiante, promovendo uma experiência intima.