Pensando na água, como o único que sempre esteve aqui, como fonte de memória e sabedoria, a história mais longa que poderia ser contada. A mulher como água, herança transgeracional, contadora de histórias. De que forma transmitimos o conhecimento ao longo dos séculos em defesa de uma antropologia popular onde as práticas tradicionais são revalorizadas como formas de compreender o mundo? Esta capacidade da literatura, poesia e música, assim como os provérbios e cantigas, permitiu a preservação de uma identidade autóctone, demarcando territórios, fronteira natural, como o mar e os rios. Geradora de um folclore, simbologia comum que cria caminhos e pontes, gerando cultura e conhecimento em conjunto.

 

 

 

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Reflexões poéticas ambientadas em ruralismos urbanos.

Poemas que, sem serem topográficos, narram a experiência nesses lugares da cidade e que, sem se referirem a um local específico, não poderiam existir sem ele. Inspirados na dinâmica de diálogo das cantigas de amigo, sonetos característicos da literatura galaico-portuguesa, nos quais uma mulher conversa com uma confidente, sua amiga ou sua mãe, sobre seu amado. Propõe-se também a reimaginação dos poemas trovadorescos que, embora tivessem voz feminina, eram escritos por homens. Agora, a mulher não será apenas a inspiração, mas também quem lhes dará voz.